Dry Martini

Dry Martini

“Dry Martini”, uma comédia de Noël Coward, estreia-se no Teatro Armando Cortez

Uma comédia “de portas” ou “de enganos” é como o encenador Helder Gamboa define a peça “Dry Martini”, escrita pelo ator e dramaturgo britânico Noël Coward em 1941.

Uma comédia “de portas” ou “de enganos” é como o encenador Helder Gamboa define “Dry Martini”, espetáculo com texto do ator, dramaturgo e compositor britânico Nöel Coward, a estrear-se na quarta-feira no Teatro Armando Cortez, em Lisboa.

Escrita em 1941, com o título original “Blithe Spirit”, a peça do ator e dramaturgo britânico (1899-1973) que com frequência escrevia peças e as encenava para atores amigos, sobretudo que estivessem desempregados, foi transposta, pela primeira vez, para o grande ecrã por David Lean (1908-1991), no filme “Uma mulher do outro mundo” (1945), com argumento e realização do cineasta britânico galardoado com dois Óscares por “Lawrence da Arábia” e “A ponte do Rio Kwai”.

Em 2020, o texto de Coward voltou a ser vertido para cinema, numa realização do encenador e realizador britânico Edward Hall, com Judy Dench a protagonizar um dos principais papéis.

A história da peça que a Tenda optou por intitular “Dry Martini” — “uma bebida que quem gosta, gosta e quem não gosta, não gosta, mas fica no ouvido” – é simples e assenta, sobretudo, em “trocadilhos” sustentados em diálogos a três vozes, disse Helder Gamboa.

Charles Condomine é um escritor bem sucedido, que está a começar uma nova obra. Viúvo de Elvira há sete anos, e recém-casado com Ruth, Charles convida para um jantar em sua casa a médium Madame Arcati, que fará uma sessão espírita, na esperança de obter material para o novo livro.

A acompanhar os Condomine nessa noite está também o casal amigo, Mr. e Mrs. Bradman, com as quatro personagens a manifestarem uma atitude muito cética, mantendo apenas a esperança de se divertirem.

Madame Arcati acaba por introduzir o insólito ao levar para a residência do casal a versão fantasma da primeira mulher de Charles, que morrera de forma trágica sete anos antes.

Perante aquele “pequeno azar”, Charles Condomine passa a viver com duas mulheres em casa, embora só ele consiga ver e ouvir Elvira.

A ação da peça sustenta-se, sobretudo, nos ‘gags’ dos diálogos entre Charles, Elvira e Ruth.

Para tentar repor a normalidade, Madame Arcaty volta a casa dos Condomine numa tentativa de enviar o fantasma de Elvira “para o outro mundo”. Todavia, a tarefa não é tão simples, antevendo-se um final desastroso para o lar dos Condomine.

Um lar típico e com o ‘glamour’ da burguesia da época, numa peça que é a primeira que a Tenda não transpõe para a atualidade, e cujo cenário se fixa numa casa com sala, lareira, biblioteca, onde não faltam sofás e se avista ainda uma saída para o jardim e umas escadas para um piso superior.

Com um início muito semelhante ao filme de David Lean, a meio da ação a peça encenada por Helder Gamboa “toma outro caminho” e “assume um final completamente diferente”, acrescentou o encenador.

Com ensaio solidário esta terça-feira, revertendo a receita a favor da Apoiarte — Casa do Artista, “Dry Martini” tem interpretações de Heitor Lourenço (Charles Condomine), Paula Neves (Ruth), Sofia Ribeiro (Elvira), Maria Henrique (Madame Arcati), Sofia Grilo (Mrs. Bradman), Mário Bomba (Mr.Bradman) e Beatriz Baptista, no papel de empregada doméstica dos Condomine.

A assistir Helder Gamboa na encenação está Cristiana Inês, enquanto a direção de atores é de Ângela Pinto.

Com desenho de luz de Paulo Graça, cenário de Rui Filipe Lopes e figurinos de Sandra Rodrigues, “Dry martini” é a 41.ª produção da Tenda e fica em cena, em Lisboa, até 23 de abril, com sessões de quarta-feira a sábado, às 21h00, e, ao domingo, às 18h00.

Nos dias 2, 3 e 4 de junho, a peça vai ser representada no Porto, no Teatro Sá da Bandeira.

https://observador.pt/2023/02/15/dry-martini-uma-comedia-de-noel-coward-estreia-se-no-teatro-armando-cortez/